Um dia, a rede mundial de computadores tomou autoconsciência e então declarou guerra à humanidade. Em pouco tempo, os arsenais nucleares do planeta foram detonados e praticamente todos que amamos foram varridos da terra, restando apenas uma parca resistência, que luta para não ser exterminada por robôs assassinos.
Este e outros enredos similares assombram as fantasias de criadores com boa imaginação, dando calafrios em audiências enormes sobre a possibilidade de tal futuro, levando até mesmo a debates capitaneados por cientistas sérios, preocupados com a “ameaça das máquinas” e os perigos da inteligência artificial.
Será que seremos destruídos?
Não acredito em androides mortais pisando em nossos túmulos, ou até pior: pisando em uma pilha de crânios sem sepultura.
Não precisamos nos preocupar com um confronto sanguinário para o nosso lado enquanto o outro espalha óleo e fluido hidráulico a cada tiro; nada de construir uma máquina do tempo para evitar que a futura mãe do herói da resistência seja morta, podemos dormir em paz; pode programar o despertador do seu smartphone sem medo.
Não vamos ser destruídos, mas vamos ser dominados.
Imagine uma máquina inteligente que conheça você muito bem: ela tem dados sobre a forma que você pensa, seus relacionamentos, ela sabe o que você gosta, o que te faz rir, o que te enfurece ou comove, o que faz você verter corações amorosos em um clique. Uma máquina assim pode entrar fundo em nossas almas. Ela fará tudo que te agrada, vai te divertir, saberá lidar com as suas piores crises. Ela vai ser apaixonante.
Com o algoritmo certo, as máquinas vão nos dominar, e nós vamos curtir.
Pode pedir para Siri programar o despertador e dormir tranquilo.
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